Após leitura sobre a apresentação e título exposto, do livro de Esther Pillar Grossi, "Didática do Nível Pré-Silábico", posso salientar que esta proposta não se constitui somente de atividades diferentes para se ter alfabetização, como substituição aos métodos utilizados atualmente em educação. Deve-se levar em conta as concepções que orientam as propostas didáticas... e, um dos grandes erros dos docentes é justamente este: o não fundamentar-se na proposta que aplicam.
Para "utilizar a proposta do GEEMPA, que tem por base os estudos de Emilia Ferreiro, tem que se compatibilizar com o quadro mais amplo do construtivismo, tal como proposto pela teoria de Piaget, como uma hipótese epistemológica para a prática pedagógica." (Grossi, p.25) Em outras palavras, se o professor optou pela proposta geempiana, deve basear-se no construtivismo, pois do contrário, escolhendo uma outra teoria qualquer (ex: empirismo), seu trabalho será em vão.
Não faz sentido adequar a 'cartilha' com a prática da proposta de alfabetização geempiana. Porém, tendo conhecimento do eixo da proposta, pode-se inserir certas atividades que não foram sugeridas pelo GEEMPA, desde que não se aprenda por imitação de modelos, associação de idéias ou movimentos, do simples para o complexo...
A primeira vertente que distingue essa proposta didática é a da determinação das instâncias que interferem na aprendizagem, interagindo na construção do conhecimento, que são:
* a instância lógica - aquisição de conhecimentos da realidade objetiva, inteligência;
* a instância simbólica ou dramática - organização da realidade subjetiva, inconsciente, os desejos;
* a instância do corpo - o corpo é o lugar onde se realizam as percepções, os movimentos e os afetos, interiorizados para funcionamento das estruturas lógica e simbólica;
* a instância do organismo - o organismo funciona como um aparelho registrador,potencialidade genética, o que caracteriza geneticamente o indivíduo.
Estas instâncias estão inseridas dentro de um contexto sócio-cultural que não deve ser esquecido, bem como o funcionamento e a dinâmica das interligações destas.
Houve época (infelizmente há os que ainda fazem!) em que valorizava-se somente uma destas instâncias, excluindo as demais, porém "o que hoje se considera é a interação entre esses campos: a estrutura lógica, a estrutura simbólica, o corpo e o organismo como resposnáveis pela aquisição dos conhecimentos." (Grossi, p. 28)
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