terça-feira, 22 de julho de 2008

O prazer cabe, sim, na sala de aula

Reportagem on-line /NOVA ESCOLA
18 de Fevereiro de 2008

De acordo com a psicopedagoda Alicia Fernández, o segredo está em extrair das diferenças o prazer da troca. "Entre o ensinante e o aprendente há um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender", disse.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Entrevista com José Pacheco - Escola da Ponte

Sobre a Escola da Ponte!
O educador português conta como é a Escola da Ponte, em que não há turmas, e diz que 'quem quer inovar deve ter mais interrogações que certezas'.

http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0171/aberto/mt_134319.shtml

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Alfabetização informal na Ed. Infantil: estudo de caso

Crianças de pré-escola aprendem a fazer indicações de livros para pessoas da escola e da comunidade e, assim, compartilham suas histórias preferidas.

"Quando eu era bebê eu era bonito? Em outros lugares os animais perguntaram a seus pais a mesma coisa, mas quando chegou na história do sapo a conversa foi outra. E se você quiser saber o restante desta história compre o livro: Como É que Eu Era Quando Era Bebê?"
Luana, Lucas, André, Melissa, Giovanna e Laura estavam na préescola e, apesar de ainda não terem sido formalmente alfabetizados, já gostavam muito de histórias, como se pode ver no texto acima, criado por eles na Creche/Pré-Escola Central da Universidade de São Paulo (USP).Como todas as crianças que chegam aos 6 anos, eles tiveram a chance (no ano passado) de participar de um projeto de imersão no universo da leitura e da escrita que culminou com a produção de resenhas sobre as obras preferidas.
O grupo escreve a resenha: um escriba passa para o papel as idéias e opiniões dos colegas sobre os livros prediletos.

"Um trabalho desse tipo é uma necessidade hoje, pois as crianças precisam ter acesso à norma culta desde cedo para poder ter uma participação social efetiva no futuro", diz Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras do Instituto Avisa Lá, em São Paulo."Engana- se quem acha que isso é escolarizar a Educação Infantil, ocupando o tempo da brincadeira para ensinar conceitos e definições da língua.Assim como oferecemos experiências com música, arte e natureza, apresentar práticas sociais de leitura e escrita é algo que as crianças também têm o direito de vivenciar."
De fato, num país como o nosso, em que apenas 26% da população é plenamente alfabetizada e onde cada cidadão lê em média apenas 1,8 livro por ano (contra 2,4 na Colômbia, cinco nos Estados Unidos e sete na França), estimular a leitura desde os primeiros anos de escolaridade é uma importante missão da escola.
Na Creche da USP, o contato com textos começa bem antes de a garotada aprender a ler e escrever. Os professores formam bons leitores utilizando livros de vários gêneros (contos de fada, contos modernos, lendas, mitos e fábulas) desde o berçário. A partir de 1 ano e meio de idade, todos podem pegar emprestadas obras na biblioteca. Não é de estranhar que, aos 6, essa turma consiga produzir resenhas. O projeto Indicação literária se encerra com a Feira Cultural do Livro. "O objetivo é que as crianças usem os textos para convidar familiares e funcionários a ler os livros de que elas mais gostam", explica Clélia Cortez Moriama, coordenadora pedagógica.

Em 2006, as professoras Andréa Bordini Donnangelo e Cláudia Elisabete Duarte Calado de Souza perguntaram: "Como podemos ajudar os visitantes da feira a ler nossos livros prediletos?"Surgiram respostas como apontar oralmente os mais apreciados e expor os exemplares da biblioteca. Elas, então, apresentaram as inconveniências dessas ações e propuseram a criação de textos curtos com informações sobre cada obra.

As crianças manusearam catálogos de editoras, leram as resenhas com as professoras e se convenceram de que essa era uma boa solução.Na biblioteca, escolheram os títulos preferidos e, em grupos de quatro ou cinco, entraram em ação.Para começar, todos retomaram a leitura para relembrar a narrativa e discutir como produzir os textos.

Cada grupo tinha um escriba,que passava para o papel o que era ditado pelos colegas. A primeira versão trazia informações como título, autor, editora e uma curta descrição. Em seguida veio a revisão - apenas uma resenha por dia para preservar as outras atividades de rotina. Primeiro, Andréa e Cláudia leram cada texto na íntegra e em voz alta. Depois, releram em partes, perguntando se havia algo a alterar. "Chamávamos a atenção para os erros de concordância e as marcas da oralidade, como né e tá", explica Andréa. "A ortografia não é importante nessa idade", complementa Cláudia.As modificações foram copiadas no quadro- negro e uma criança de cada grupo anotou a nova versão.

O objetivo era estimular o propósito social e comunicativo da escrita. Por fim, os textos foram colados em cartolinas colocadas na entrada da Feira Cultural do Livro.No dia do evento, os pequenos mostraram suas produções aos visitantes e alguns até compraram os livros indicados para ter um exemplar em casa.

As indicações feitas pela garotada vão para o mural, onde são lidas pelos visitantes da feira do livro.

Produzir resenhas literárias...
Ajuda a formar bons leitores e escritores.
Apresenta um gênero textual.
Ensina a socializar os livros prediletos.


Aprendizes de críticos

O sucesso de um projeto de indicação literária depende de certos requisitos. A assessora Beatriz Gouveia apresenta algumas condições didáticas importantes:
Tenha um bom acervo de livros. Para selecionar os títulos mais adequados, certifique-se de que eles são bem ilustrados e não têm vocabulário pobre ou infantilizado. A trama, é claro, deve ser interessante.
Leia diariamente para as crianças. Essa ação deve fazer parte da rotina e não apenas "se sobrar tempo".
Prepare-se para a leitura. É importante arrumar o ambiente para que as crianças fiquem confortáveis. Também é essencial ler o livro antes de socializá-lo com a turma. Assim, você consegue fazer uma breve apresentação do que será lido.
Ensine a diferença entre ler e contar. Para que as crianças se familiarizem com a linguagem escrita, leia o que está escrito, sem acrescentar nem omitir nada. Na hora de contar uma história, a linguagem é menos formal e mais coloquial.
Conhecer para indicar. Na hora de partir para a produção das resenhas, os alunos precisam conhecer muito bem os livros que serão indicados (e gostar deles).
Dividir os grupos. Cabe a você organizá-los de acordo com o conhecimento que as crianças têm sobre a escrita. A mais experiente vira escriba, enquanto as outras ditam o texto.
Revisar para facilitar. A discussão coletiva de cada texto tem o intuito de torná-lo mais fácil e instigante para o leitor.

Quer saber mais?
CONTATO
Creche/Pré-Escola Central da Universidade de São Paulo, Av. da Universidade, 200, 05508-900, São Paulo, SP, tel. (11) 3032-2233

BIBLIOGRAFIA
Além da Alfabetização, Ana Teberosky e Liliana Tolchinsky, 296 págs., Ed. Ática, tel. (11) 3990-2100, 39,50 reais
Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem, Telma Weisz, 136 págs., Ed. Ática, 33,50 reais
Ler e Escrever na Escola, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Ar tmed, tel. 0800-703-3444, 32 reais
Ler e Escrever, Anne-Marie Chartier, Christiane Clesse, Jean Herbrard, 170 págs., Ed. Artmed, 38 reais
Psicopedagogia da Linguagem Escrita, Ana Teberosky, 152 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000, 25,60 reais

GEEMPA na web

Abaixo, vc encontrará várias notícias sobre o GEEMPA, classificadas pelas mais recentes...
Boa leitura!

UFMG, 15 de setembro de 2004

Governo do Piauí, 29 de janeiro de 2003

Correio Web, 21 de dezembro de 2001

Jornal do Brasil, 14 de maio de 2000